A linha branca inclui os eletrodomésticos como fogões, geladeiras, micro-ondas e outros. Em breve teremos esses produtos remotamente controlados pelos nossos dispositivos móveis. Será possível acender o forno a 10 minutos de casa. Ou colocar a geladeira para esfriar mais, sem congelar as cervejas. Nessa área, há mais tecnologia disponível do que problemas a serem resolvidos, de forma que muitas funcionalidades hoje imaginadas não agregam valor para o consumidor final (que em tese pagaria um pouco a mais pelo “produto inteligente”).
O fato é que mesmo os produtos mais simples, que antigamente só tinham partes mecânicas e elétricas, começam a contar com um hardware contendo sensores, armazenamento, microprocessador, software e poder de conectividade (na prática, estão colocando computadores dentro dos produtos, com capacidade de comunicação). A promessa dos fabricantes é que esses produtos espertos terão suas funcionalidades expandidas exponencialmente, oferecendo maior confiabilidade, maior capacidade de utilização. Embora seja difícil imaginar que um ferro de passar ou uma torradeira elétrica irá ultrapassar suas funcionalidades básicas essenciais atuais (passar, torrar), as indústrias produtoras estão repensando seus negócios e acham que, para continuar concorrendo, terão que transformar radicalmente seus produtos ofertados.
Essencialmente, a inteligência e a conectividade dos novos produtos afetam suas capacidades em quatro áreas: monitoração, controle, otimização e autonomia. Um produto esperto pode ser beneficiado nestas quatro áreas – onde uma alavanca a outra. Monitoração é a base para o controle do produto, otimização e autonomia. O desafio é a empresa produtora escolher um conjunto de capacidades que os clientes valorizem e que as ajudem a manter um posicionamento competitivo, oferecendo produtos que efetivamente as diferenciem no mercado.
Fonte: https://hbr.org/2014/11/how-smart-connected-products-are-transforming-competition – Haward Business Review
Todo produto “smart”, com capacidade de comunicação, tem três elementos fundamentais: componentes físicos, componentes “smart” e componentes de conectividade. Os componentes “smart” amplificam as capacidades dos componentes físicos, assim como a conectividade amplifica as capacidades e o valor dos componentes “smart”, permitindo que eles, de certa forma, existam fora do produto físico em si. Isso, em si, é revolucionário.
A conectividade se dá em três instâncias, que caminham juntas:
- Um para um (1->1): um produto individual se conecta com o usuário, o fabricante ou ainda a outro produto usando “uma porta física” ou uma interface. Isso já acontece hoje, quando você leva seu carro para uma oficina e ele é conectado a uma máquina de diagnósticos, por exemplo.
- Um para muitos (1->n): um sistema central fica continuamente ou periodicamente conectado a muitos produtos, simultaneamente. Exemplo: automóveis da Tesla ficam conectados a um sistema do fabricante que monitora seu desempenho e acompanha remotamente serviços e melhorias.
- Muitos para muitos (n->n): múltiplos produtos conectados a vários outros tipos de produtos e, frequentemente, também a fontes de dados externas. Numa fazenda, por exemplo, os equipamentos e máquinas podem estar conectados entre si, fornecendo dados de sua localização, permitindo coordenar e otimizar o sistema de produção.
Não importando o tipo, a conectividade tem uma dupla função: primeiro, ela permite a troca de informações entre o produto e seu ambiente de operação, seu fabricante, seu usuário, bem como com outros produtos e sistemas. Segundo, ela viabiliza algumas funcionalidades que podem existir FORA do dispositivo físico, que é chamado de “product cloud” ou nuvem do produto.
A nuvem do produto permite inovações sem precedentes em vários dos produtos domésticos como os conhecemos (e usamos) hoje. Por exemplo: a Bose (famosa produtora de fones, home theaters e auto falantes) tem agora um novo sistema Wi-Fi (Wi-Fi Music System[1]) que roda, na nuvem do produto, uma aplicação de smartphone que distribui música para o sistema pela Internet. Ou seja, o sistema não usa qualquer tipo de mídia física, reproduzindo músicas que recebe pela internet através de rádios que transmitem em “streamer” (Deezer, Spotfy, iHeartRadio, Pandora e outras). O equipamento usa qualquer rede wi-fi disponível. O aplicativo de smartphone, que roda também em tablets e computadores, permite que você explore novas músicas e organize as que já ouviu ou comprou (que ficam armazenadas na nuvem do produto). Este aplicativo permite gerenciar múltiplos sistemas em diferentes ambientes, viabilizando o mesmo som na casa toda (até no jardim, brinca o fabricante). Essa categoria de produtos nem existia há algum tempo atrás, a última novidade era o sistema para reproduzir Ipod que, no fundo, é um pen drive mais sofisticado (exigindo mídia física).
Isso vai acontecer com muitos outros produtos de uso doméstico, que ainda não conhecemos e nem sabemos como será.
[1] Bose – Wi-Fi Music System http://www.bose.com/controller?url=/shop_online/wifi_music_systems/soundtouch_music/index.jsp
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